A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em parceria com a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), promoveu a primeira edição do Dia de Atividades em Recursos Hídricos & Desenvolvimento. Com o tema Regulação de Recursos Hídricos no Contexto da Gestão do Território Promovendo Desenvolvimento, o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Valmir Pedrosa, especialista em recursos hídricos, conduziu palestra e respondeu perguntas formuladas pelos alunos do Mestrado Profissional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, conhecido como ProfÁgua, e que conta com recursos da Agência Nacional de Águas (ANA) e suporte da CAPES. O evento aconteceu nesta sexta-feira (05), no auditório do LabPetro, na Ufes.
O professor Valmir Pedrosa, em sua palestra, falou sobre a complexidade da gestão dos recursos hídricos no Brasil. “O tamanho territorial do Brasil, com todas as suas variações, traz uma complexidade natural às questões hídricas. Temos cerrado, vales, montanhas, pantanal e semiárido. Tudo junto. Isto gera uma variedade de problemas que não existem em países europeus, por exemplo. Temos enchentes no Sul e seca no Nordeste ao mesmo tempo, e depois o quadro se inverte”, disse.
“Dos instrumentos legais de recursos hídricos, incluindo planos de bacias, enquadramento, entre outros, o que mais avançou no Brasil foi a outorga, pois todos que dependem de licenciamento ambiental dependem de outorga”, informou.
O diretor de Planejamento e Gestão Hídrica da Agerh, Antonio de Oliveira Junior, falou sobre os Acordos de Cooperação Comunitária e sobre outorga. “Uma grande demanda da Agerh é fazer o usuário de água entender que a outorga não é um ônus, mas sim uma garantia de que, por um período, ele vai poder fazer uso de um volume específico sem conflitos. Outra garantia são os ACCs que, neste período de escassez, tem se mostrado eficientes como instrumento de gestão. A nossa experiência com eles é bem positiva”, afirmou.
O diretor de Infraestrutura de Reservação e Distribuição Hídrica da Agerh, Anselmo Tozi, também estava no evento e ressaltou a importância da discussão sobre o tema. “A agenda de recursos hídricos está finalmente acontecendo no Espírito Santo. Por isso, toda discussão e contribuição, principalmente esta, da academia, é mais do que benvinda”, disse Tozi.
O professo da Ufes, Edmilson Teixeira, falou sobre o Mestrado e sobre o Dia de Atividades. “O ProfÁgua é um programa profissional e não acadêmico. Não visa necessariamente o desenvolvimento teórico. Embasa-se em ciência e tecnologia, mas para ajudar na implementação da política, dos produtos que serão criados. Tanto que a prioridade no processo de seleção de vagas é para alunos que já estão inseridos no sistema de recursos hídricos. Este evento foi organizado pelos alunos e formulado para gerar resultados”, disse.
O evento foi o primeiro de uma série de palestras que fazem parte da grade curricular do ProfÁgua. O próximo Dia de Atividades em Recursos Hídricos & Desenvolvimento acontecerá no dia 26 de maio e terá como tema “Efetividade da Implementação de Planos de Recursos Hídricos: O Caso da Bacia Hidrográfica do Rio Doce”. A palestra será conduzida pelo Diretor Presidente da IBio AGB Doce, Ricardo Valory.
O Mestrado é destinado, prioritariamente, a funcionários de secretarias, órgãos ou empresas de gestão de recursos hídricos, saneamento, abastecimento, hidroeletricidade, organizações do terceiro setor com atuação na área ambiental ou atividades relacionadas.
Os trabalhos de conclusão do ProfÁgua devem ter um caráter de conhecimento aplicado, podendo ser no formato de manuais operativos, relatórios técnicos, aplicativos, patentes, artigos, sistemas ou mesmo dissertações.