Dado é do Monitor de Secas, da Agência Nacional de Águas (ANA).
Segundo dados validados no Espírito Santo, por meio do Monitor de Secas, apesar das precipitações abaixo da média, todo o Estado ficou sem seca relativa no mês de abril. De todas as unidades da federação monitoradas, apenas o Espírito Santo e o Distrito Federal permaneceram sem registrar o fenômeno entre março e abril.
Em abril deste ano, em comparação a março, as áreas com seca tiveram redução em três das 20 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor de Secas: Alagoas, Paraíba e Pernambuco. No sentido oposto, dois estados tiveram aumento de sua área com seca: Maranhão e São Paulo. Outros 12 estados não tiveram variação da área com seca (Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins).
Em seis estados, 100% de seus territórios continuaram com seca no último mês em comparação a março: Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe. Outros três estados registraram entre 97 e 98% de área com seca: Goiás, Paraná e Tocantins. Além disso, exceto o DF e o Espírito Santo, todas as outras 18 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor apresentam entre 55% e 100% de suas áreas com o fenômeno.
Em termos de severidade do fenômeno, sete estados tiveram um agravamento da seca em abril: Goiás, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Nos casos do Paraná e do Rio Grande do Sul, aconteceu uma forte expansão da área com seca grave, enquanto esse grau do fenômeno também aumentou nos territórios potiguar e paraibano. Em Santa Catarina ocorreu a ampliação do território com seca grave acompanhada da acentuação da seca no extremo oeste, que passou de grave a extrema. Único estado monitorado que registrou seca excepcional, a mais intensa na escala do Monitor, São Paulo registrou simultaneamente o aumento das áreas com seca grave e seca extrema.
Por outro lado, duas unidades da Federação tiveram abrandamento da situação de seca: Piauí e Sergipe.
Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, a Bahia lidera a área total com seca, seguida por Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
No Nordeste, devido às chuvas acima da média em abril, foi observada uma melhora na condição de seca na maior parte dos estados, marcada principalmente pelo recuo das áreas com seca moderada e/ou fraca. Nesse sentido, Alagoas, Paraíba e Pernambuco tiveram redução da área com a presença do fenômeno. Em contrapartida, houve avanço da seca moderada no Ceará e surgimento de seca fraca no norte maranhense.
No Sudeste, o maior destaque em abril foi o avanço das secas grave e extrema no oeste, centro e norte de São Paulo, em função da persistência de chuvas abaixo da média. Já na região Sul, em decorrência das chuvas abaixo da média, ocorreu o agravamento da seca nos três estados, marcada especialmente pelo aumento das áreas com seca grave. Além disso, em Santa Catarina, a seca se intensificou no extremo oeste, passando de grave para extrema.
Nas demais áreas cobertas pelo Monitor, o destaque vai para o avanço da seca grave em Goiás, devido às chuvas abaixo da média. Por outro lado, houve abrandamento da seca na divisa de Tocantins com a Bahia, passando de moderada para fraca, devido às precipitações acima da média nos últimos meses.
Monitor de Secas
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor agora abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, Tocantins, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.
O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 19 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido.
O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.
A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.
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Francine Leite
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