O Espírito Santo não registra nenhuma área com seca desde março. Com as chuvas de abril, o Monitor de Secas também registrou uma redução das áreas com seca na Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins. Já em Alagoas todo o estado permanece com seca.
Também houve a redução da gravidade das secas em oito estados: Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. O Ceará manteve áreas somente com seca fraca e Tocantins teve poucas mudanças na severidade da seca entre março e abril. No caso do Maranhão, houve um aumento da área com seca moderada no sul do estado.
De modo geral, a seca no norte do Nordeste apresenta impacto de longo prazo, associado principalmente ao déficit hídrico de chuvas abaixo da média na região entre 2012 a 2018. No entanto, as precipitações observadas nos quatro primeiros meses do ano trouxeram melhora nos impactos de curto prazo e a consequente recuperação das pastagens, acumulação de água nos pequenos e médios reservatórios, além da recuperação de alguns perímetros irrigados.
As precipitações variaram de normal a ligeiramente acima da média de forma geral. Porém, em algumas áreas aconteceram chuvas abaixo da média, como no Espírito Santo, porção sul e oeste de Minas Gerais e em parte do leste nordestino, numa área entre Alagoas e o Rio Grande do Norte. As precipitações também ficaram abaixo da média no centro-leste do Maranhão, no extremo sul do Piauí, na porção central do Ceará e em alguns pontos do oeste e sul da Bahia.
Abril é considerado o último mês do período chuvoso em Tocantins e na área central do Nordeste. Em Minas Gerais e no Espírito Santo, o mês é de transição do período chuvoso para o período seco. Em abril, as precipitações com valores iguais ou superiores a 300mm ocorreram no centro-norte e oeste do Maranhão, no extremo norte de Tocantins e Piauí, no litoral do Ceará, em algumas áreas de Tocantins e no litoral leste do Nordeste. Espírito Santo e grande parte de Minas Gerais registraram chuvas abaixo de 120mm, enquanto nas demais áreas as precipitações de abril variaram entre 120mm e 250mm.
O Monitor de Secas tem uma presença cada vez mais nacional, abrangendo os nove estados do Nordeste, Espírito Santo, Minas Gerais e Tocantins. Os próximos estados a se juntarem ao Monitor serão Goiás e Rio de Janeiro, que já estão em fase de testes e treinamento de pessoal. Essa ferramenta realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes nos últimos um a seis meses. Para secas acima de 12 meses, os impactos são de longo prazo.
O Monitor vem sendo utilizado para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessado tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos Android e iOS.
Espírito Santo
No Espírito Santo o mês de abril não teve o registro de áreas com seca, assim como aconteceu em março. Desde a entrada do território capixaba no Mapa do Monitor, em abril de 2019, esta é a primeira vez que o estado registra dois meses consecutivos sem a presença do fenômeno. Em abril o Espírito Santo teve baixo volume de chuvas para o mês com acumulados inferiores a 120mm. Nesse período foram observadas precipitações abaixo da média em todo o estado, mas sem caracterizar seca.
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Monitor de Secas
O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 12 estados a cada mês vencido.
O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.
Em operação desde 2014, o Monitor de Secas iniciou suas atividades pelo Nordeste, historicamente a região mais afetada por esse tipo de fenômeno climático. No fim de 2018, com a metodologia já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior ou menor grau por secas, foi iniciada a expansão da ferramenta para incluir outras regiões. Em novembro de 2018, junho de 2019 e janeiro de 2020 aconteceu respectivamente a entrada de Minas Gerais, Espírito Santo e Tocantins no Mapa do Monitor.
O Monitor de Secas foi concebido com base o no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica uma seca relativa – as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região – ou a ausência do fenômeno.
Texto: Raylton Alves - Ascom/Agência Nacional de Águas (ANA)
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