Governo do Estado do Espírito Santo
28/01/2022 17h11

Projeto Água na Medida instala estação meteorológica e calibra sensores de umidade do solo em Nova Venécia

O projeto coordenado pela Agerh busca unir tecnologia e dados climáticos para incentivar o uso racional da água na irrigação

A microbacia do Córrego Frigério, em Nova Venécia, inserida na bacia hidrográfica do rio São Mateus, no norte do Estado, continua sendo palco para estudos e investimentos do projeto Água na Medida, da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Entre dezembro de 2021 e janeiro deste ano, a comunidade de base agrícola familiar recebeu uma estação meteorológica e um sensor de umidade do solo.

A estação meteorológica foi instalada numa propriedade localizada em região estratégica e relativamente central da microbacia. O equipamento já está captando automaticamente dados de precipitação/chuvas, radiação solar, temperatura, umidade do ar, evapotranspiração, direção e velocidade do vento.

O sensor de umidade com tecnologia TDR (Reflectometria no Domínio do Tempo), também já está disponível no local e sendo calibrado para as condições e características do solo predominante na microbacia. A equipe realizou a leitura do solo nas propriedades em cinco condições diferentes de umidade e enviou amostras para análise no laboratório de solo do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) Campus Nova Venécia para validação dos dados gerados pelo TDR.

O sensor será utilizado semanal ou quinzenalmente em algumas propriedades que fazem parte da pesquisa, para medir a disponibilidade de água no solo.

Os dados levantados pela estação meteorológica e pelo TDR serão somados às informações dos irrigâmetros instalados em 15 propriedades da microbacia e inseridos em um Sistema de Apoio à Decisão (SAD), software desenvolvido pelo Laboratório de Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Regional (LabGest) da Ufes.

O SAD é a tecnologia responsável por cruzar as informações e auxiliar a gestão da água nas microbacias por meio de mensagens via celular, como explica a coordenadora-chefe do projeto, Silvia Soares.

“Os produtores receberão em seus smartphones informações que os indicarão quando e o quanto irrigar suas lavouras, já que o SAD estará configurado com informações sobre clima, solo e água que são altamente relevantes para o manejo da irrigação”, adianta Sílvia Soares.

Para o melhorar a assertividade da orientação emitida pelo SAD, no mês de janeiro, a equipe avaliou ainda a eficiência dos sistemas de irrigação de 11 propriedades do Frigério. Caso a eficiência encontrada seja baixa, os produtores serão orientados quanto à necessidade de prover melhorias no sistema, segundo o engenheiro agrônomo e também coordenador do projeto, Pedro Murilo Andrade.

“Às vezes a água aplicada pode estar mal distribuída na lavoura, demandando maior volume e diminuindo a produtividade da irrigação. Por isso, é importante avaliarmos cada detalhe antes de colocar o Sistema de Apoio à Decisão para rodar”, esclarece Pedro.

Os pesquisadores do Projeto Água na Medida e os servidores da Agerh que coordenam o projeto atuam diariamente no local, dando suporte técnico aos agricultores e manutenção aos equipamentos.

Água na Medida

O Água na Medida é um projeto de pesquisa voltado às microbacias hidrográficas de bases agrícola e familiar do Espírito Santo. Devido à escassez hídrica, a microbacia do Córrego do Frigério, em Nova Venécia, foi a primeira região escolhida para receber o projeto, pois tem um histórico de conflito pelo uso da água e uma alta demanda de recursos hídricos para irrigação.

Além de incentivar métodos modernos que promovam o uso sustentável da água para este fim, o objetivo é promover a distribuição justa e consensual dos recursos hídricos entre as propriedades rurais, uma vez que os produtores poderão definir regras de uso da água em momentos de escassez com base em monitoramento de campo.

O projeto Água na Medida é coordenado pela Agerh e tem o suporte metodológico de uma tecnologia desenvolvida na Ufes, por meio do Centro de Ciências Agrárias e Engenharias (CCAE) - Campus de Alegre, e do Laboratório de Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Regional (Labgest) - Campus de Goiabeiras. A pesquisa é custeada pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos e Florestais do Espírito Santo (Fundágua), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).

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